segunda-feira, 29 de junho de 2009

INTRODUÇÃO


Entre 12 de fevereiro e 25 maio de 2009, alunos do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário UNA coletaram informações a respeito do PAPEL DO ECONOMISTA NA EMPRESA PRIVADA. A idéia foi tentar mostrar o quão o economista pode ser útil em uma empresa privada, e comparar sua atuação neste ambiente em relação a outros, como, por exemplo, aos do setor público. Também foi meta do trabalho, explicitar suas características gerais, tendo por objetivo final informar as atividades exercidas por ele dentro de um órgão privado.

Com esse foco, o grupo sintetizou diversas informações para que professores, alunos e vestibulandos de Economia busquem através desta cartilha sanar as principais dúvidas a respeito da função do economista em empresas privadas.

Economistas, Engenheiros de Produção, Matemáticos, Administradores ou Contadores?


O curso de Economia faz com que o profissional da área seja dotado de habilidades diferenciadas em relação com áreas próximas ou similares como a Engenharia de Produção, a Matemática, a Administração e a Contabilidade.

Porém, é de grande perceptibilidade que a Economia perdeu espaço para alguns desses profissionais. Fato este, que pode ser explicado pela base extremamente teórica a que passa o estudante de economia, fazendo com que ele seja capaz de identificar o problema, procurar soluções cabíveis, para então solucioná-lo. Dessa forma, ele necessita de um conhecimento profundo da sociedade, além de ter de noções da História, da Contabilidade, da Administração e, com menor intensidade, da Matemática. Porém, o problema é que a base prática aparece em menor grau.

Para 67% dos entrevistados, o curso de economia é realmente muito teórico, o que consideram uma grande falha, especialmente para os profissionais que desejam trabalhar em empresas. Para eles, o ideal é que exista um curso de Economia voltado para a iniciativa privada, tendo uma relação maior com o curso de Administração de Empresas. Porém, há controvérsias, já que, 33% dos entrevistados pensam que a base teórica é a essência do curso de Economia.

A Contabilidade e a Administração, por exemplo, exigem do estudante, uma base teórica associados à prática, o que possibilita a tais profissionais construírem e oferecerem uma resposta rápida e imediata sobre o problema proposto. Vale ressaltar que o economista procura pensar diversas soluções para o determinado problema ao invés de tentar resolvê-lo de imediato.

Em relação a Contabilidade, é imprescindível que o economista saiba interpretar um balanço patrimonial de uma empresa, a fim de conhecer sua situação financeira. Sendo assim, ele saberá o que foi gasto por ela nos setores administrativo, comercial e industrial, quais as receitas foram geradas, quais imóveis foram adquiridos, quanto de matéria-prima foi comprada, o gasto geral com os empregados, enfim, uma grande quantidade de informações é coletada pelo economista através de um balanço patrimonial. Além disso, a Contabilidade auxilia o economista para que o mesmo passe a conhecer e fazer uma relação entre a empresa e o cenário econômico.

Em suma, o economista é o profissional responsável por articular estratégias para solucionar problemas de diversas áreas, atuando com conhecimentos de outros cursos, como Contabilidade e a Administração.

ATIVIDADES ECONÔMICAS


As áreas de atuação dos economistas estão se ampliando rapidamente. Além da atuação tradicional no mercado financeiro, de assessoria pública e privada, e do ensino e pesquisa, o profissional pode optar ainda por se especializar em novas áreas como meio ambiente, comércio internacional, agronegócios, meios de comunicação, dentre outras.

Suas principais atividades envolvem o conhecimento de mercado, a situação atual do país, a capacidade de interpretar os mais variados fenômenos econômicos nacionais e internacionais e explicá-los à população numa linguagem mais clara.

O economista precisa estar constantemente atento à realidade em que atua, de modo a perceber os sinais que podem compor novos cenários e definir novas estratégias de atuação para empresas, governos ou investidores individuais.

Segundo os entrevistados do setor de recursos humanos, é de extrema importância que o Economista apresente competência interpessoal (relacionamento e flexibilidade) e foco em resultados sustentáveis (monitorar o atingimento dos objetivos do trabalho realizado e/ou sua qualidade.

ATIVIDADES EMPRESARIAIS

Primeiramente, ATIVIDADE EMPRESARIAL é aquela direcionada à produção e circulação de bens e serviços, de forma racional e ordenada.

A peça fundamental da empresa é o empresário. Ele representa a “chave” do cofre de qualquer empresa, ou seja, é imprescindível. Ele é como um instrumento, uma realidade tecnológica, onde estão alocadas a inteligência e a visão da empresa.

Para os entrevistados, o economista contribui muito na análise de cenários, ou seja, como está a conjuntura macroeconômica e como estará nos próximos anos com relação a taxa de juros, inflação, cambio, nível de salário, etc. Com esta perspectiva, o empresário tem um embasamento muito melhor para tomar decisões de investimento.

Um renomado economista da história, o austríaco Joseph Schumpeter, dizia que “a função do empresário é combinar fatores produtivos* e, reuni-los” (SCHUMPETER, 1997, p. 84). Com base nessa frase é que vamos perceber a importância do profissional de Economia. Ele passa a ser requisitado para alocar o máximo de recursos possíveis com o mínimo de gastos, levando a empresa ao seu objetivo: o lucro.

O economista pode atuar em empresas de diversas áreas como hotelaria, cosméticos, materiais elétricos e eletrônicos, vestuário, informática, automobilísticas, dentre outras. O fato é que ele é de extrema importância dentro de qualquer empresa, independente da área de atuação da mesma, devido à sua capacidade de promover lucros na produção, ou seja, ele ajuda o empresário a chegar no seu objetivo principal ao trabalhar com o conceito de máxima eficácia. Ele realiza uma análise minunciosa nos balanços patrimoniais da firma, a fim de reduzir custos desnecessários. Além disso, ele estuda o cenário econômico no qual a empresa está inserida, para analisar se é viável ou não produzir determinado produto, ou se esse produto irá gerar lucro ou não. Porém, o economista não se esquece do ecológico. Quando falamos em eficácia no trecho acima, signica dizer produtividade ecológica.

Dessa forma, o economista procura desenvolver uma forma de produzir associando lucro, alta qualidade de produção e preservação ambiental.

*Fatores produtivos são bens ou serviços usados pelas empresas no processo de produção. São combinados de forma a se obterem produtos, que serão consumidos ou empregados em outras fases mais avançadas do processo produtivo. São eles: terra e recursos naturais, trabalho ( o mais abundante e significativo) e capital ( bens duráveis produzidos para serem empregados na produção de outros bens).


COMO O ECONOMISTA ESTÁ INSERIDO DENTRO DA DIVISÃO DO TRABALHO DE UMA EMPRESA

A divisão social do trabalho* é o modo como as tarefas laborais são distribuídas nas diferentes sociedades ou estruturas socioeconômicas. Tal divisão ocorre graças a uma cooperação de forças de trabalho numa determinada instância, quando se faz necessária a especialização de atividades produtivas, a fim de aumentar a produtividade.

Pode-se afirmar então, que o sentido da divisão social do trabalho sob uma visão capistalista é a forma como a produção especializa-se buscando sua eficiência, para se produzir mais em menos tempo e tem como objetivo exclusivo a obtenção de lucros. Para que isto aconteça são necessários profissionais capazes de entender e solucionar os problemas de mercado, para então poder-se definir o que produzir e quando.

Neste contexto, destaca-se o economista cujas atividades envolvem os cálculos para financiamento de longo prazo, estudo da formação de preços de venda, potencialidade do consumo, ponto de equilíbrio entre a proucura e a oferta de bens e serviços, rentabilidade e estratégias para aplicação de recursos financeiros excedentes, entre outros.

Portanto, é o economista o proficional apto a direcionar os investimentos, o que refletirá na margem de lucros.

*Segundo MARX (....), a divisão social é o elemento que desagrega as classes. Ela gera uma relação de exploração da classe burguesa sobre o proletariado.

Segundo DURKHEIN (....), a divisão social do trabalho gera solidariedade.

EM QUE A ECONOMIA DE UMA EMPRESA PRIVADA DIFERENCIA-SE DE ÓRGÃOS PÚBLICOS?

O economista que atua no setor público trabalha com maior intensidade em questões macroeconômicas (inflação, políticas públicas, déficit público, etc), enquanto na iniciativa privada seu desempenho está mais concentrado em aspectos microeconômicos (custos de produção da empresa, formação de preços e operações financeiras). Embora sejam altamente relevantes, os aspectos macroeconômicos (taxa de juros, inflação, câmbio, etc) também são importantes para o economista da empresa privada

O economista tem importante participação dentro de um governo, ele procura viabilizar os recursos escassos da sociedade, propondo soluções eficientes aos problemas de ordem econômica, o que torna essa uma atividade de grande responsabilidade, pois o desenvolvimento e o equilíbrio na economia dependem do mesmo.

Atuação no Setor Privado

No setor privado são inúmeras as especialidades no mercado financeiro, institutos de pesquisa, empresas de assessoria e consultoria, assim como na indústria, agroindústria, comércio, universidades e entidades classistas.

É no setor privado que o economista estabelece metas a serem alcançadas pela empresa e, desta forma, medidas para implementar tais objetivos. Ou seja, ele elabora o planejamento estratégico empresarial, através de estudos relacionados com a microeconomia. O trabalho exige ainda que se conheçam os ambientes internos e externos da empresa ou entidade.

Assim no que diz respeito ao que acontece dentro da empresa e com o setor específico da economia ao qual ela pertence, o economista poderá desenvolver trabalhos relacionados ao planejamento estratégico, departamento financeiro, estudo de mercados, conjuntura econômica e ambiente de negócios, custos e orçamentos empresariais. Ele ainda analisa o desenvolvimento sócio-econômico e gestão empresarial.

A CRISE NAS EMPRESAS PRIVADAS



Sobre a crise mundial, julgam-se várias situações referentes à movimentação anormal do sistema financeiro das nações mais ligadas à economia dos Estados Unidos. Acontecimentos inesperados vêm despertando preocupações constantes com economistas.

Sejam as empresas pequenas, médias ou grandes, as previsões para as mesmas são ainda piores. Em tempo de crise, vários planos tiveram e terão que ser redefinidos. E não falamos apenas de organizações privadas, mas também de organismos públicos.

No Brasil, por mais que alguns consultores estejam otimistas, a realidade é que a crise está surtindo um efeito negativo. Um quadro significativo de demissões nas empresas privadas e números expressivos de perdas nas bolsas de valores são as principais questões abordadas pela imprensa mundial. O choque na economia estadunidense é fato e prejudica todo o planeta, seja direta ou indiretamente.

No mercado a tensão e a incerteza fizeram com que o empresário demitisse parte de seu quadro funcional, mas, terão possivelmente que readmitir no futuro, o que poderá causar maiores transtornos para antigos empregados, correndo o risco de serem substituídos por uma mão-de-obra mais capacitada e barata.

Em âmbito internacional, governos estão injetando dinheiro de fundos nas empresas que têm maior peso nas economias regionais e cujo fracasso possa afetar em maior medida o emprego.

A preocupação com a crise é geral e, nas empresas não poderia ser diferente. O maior desafio para os economistas das empresas neste momento é conseguir produzir o que a demanda necessita com o pouco auxílio dos bancos que dificultam a tomada de empréstimo com altas taxas de juros com limites pequenos. As medidas tomadas são cada vez mais conservadoras, o crédito está cada vez mais difícil de ter, e as empresas estão buscando um modo de diminuir a produção com um menor número de gastos para evitar o desemprego que já incomoda o governante. O quadro poderá ser revertido, mas o tempo passa a ser um obstáculo para a Economia. O que não se pode fazer é ficar parado esperando uma segunda onda da crise.